domingo, 22 de maio de 2011

Criando um padrão particular




O assunto a ser tratado no post de hoje é acerca dos padrões cada vez mais impostos à sociedade moderna, impulsionados pelo capitalismo e consumismo.

Nas últimas duas semanas, tive a oportunidade de visitar algumas igrejas, nas quais o público é composto por jovens em sua grande maioria. Nesses dias, o Senhor me fez refletir sobre a tamanha igualdade da aparência, que tem sido imposta pelos modismos criados e tem atingido o povo de Deus também.


Parei para observar (não serei generalista; quero ressaltar que, em meio aos jovens que observei, haviam aqueles autênticos):

Nas meninas, os cabelos tem o mesmo comprimento, o mesmo corte, as sandálias e sapatos com o mesmo salto, as bolsas com os mesmos tamanhos, a maquiagem com os mesmos tons, assim como as unhas, os brincos bem parecidos, e até a forma de andar é familiar (deve ser pelo tamanho dos saltos! rsrsrs... - nada contra os saltos, mas o modismo deles)!

Nos meninos, as camisetas com as mesmas marcas e até estampas (com diferença nas cores), o tênis com modelos quase iguais, os cabelos penteados parecidos com qualquer 'rapazinho' que dita moda na mídia, e por aí vai!

Nossa! É tudo tão parecido que às vezes eu não consigo diferenciar um(a) do(a) outro(a), a não ser que algum dia eu tivesse a oportunidade de parar pra conversar com alguns desses jovens e eles mostrassem autenticidade em suas personalidades, superando a igualdade de padrão tão visível.

Certo dia li em um blog que, "seguir à risca uma moda ditada é totalmente fora de moda" (http://virtuosissima.blogspot.com). E eu concordo plenamente! Claro que, tem certas coisas que estão à venda no mercado que nos servem, e afinal, precisamos nos vestir, mas sempre lembrando que, nem toda moda é lícita para nós cristãos, ou qualquer pessoa que preze pelo seu corpo e tem respeito por si mesmo.

A moda é uma "jogada" da sociedade capitalista: um dia certa roupa está em voga, em dois meses, por exemplo, já é outra e aquela já não te serve mais. Ela pode está em perfeito estado, mas você não pode ficar de fora da "nova tendência"! Então lá vai comprar, e comprar, e comprar, alimentando esse ciclo de consumismo.

Para ilustrar essa minha fala, vejam no Youtube o vídeo "A origem das coisas" (é dividido em duas partes). É muito interessante e nos ajuda a enxergar essa realidade com outros olhos.

Mas voltando ao meu "turismo" das últimas semanas, na maioria desses dias, eu fui à vontade, confortável, com um único intuito: adorar ao Senhor, apenas! Para isso, eu não queria que nada viesse atrapalhar o meu momento com Deus... nada! Nem dor nas pernas causada pelo salto.

Eu estava fora do padrão?! Sim, estava!
Estava desarrumada?! Tenho plena consciência que não.
Eu me senti totalmente bem, porque eu estava alí para adorar ao Senhor! É isso que nós verdadeiramente devemos nos importar.

Criemos uma consciência de que tudo nessa vida é passageiro! Invista na sua essência, em uma personalidade autenticamente cristã, com valores e princípios baseados na Palavra de Deus. Isso sim é diferente, é o que chama atenção das pessoas.

Deus está interessado no seu caráter! Ele nos dar apenas o que nós precisamos, e isso nos basta.

Abaixo, ponho um vídeo que retrata o deturpado conceito de beleza imposto pela sociedade pobre de personalidade. Trata com as mulheres, mas a lição final vale para todos! ;)

Deus abençoe a todos nós!!

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"E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam;
E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles."

(Mateus 6:28-29)

4 comentários:

  1. Parabéns pelo espaço!!É bastante edificante.
    Vai nesta tua força!!!

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  2. Paz seja contigo

    Ja fui em igrejsa onde todosparecem manequins saidosde alguma fabrica devido a grande semelhança;

    Ja vi o vídeo " a origem das coisas" e o capitalismo é corrosivo na mentalidade, nos padrões e costumes e temos de vence-lo pela constante renovação da nossa mente com aquilo que é virtuoso e que é do alto.

    E temos de imprimir nossa marca, nosso estilo, que deve ser sobretudo ATITUDE e não formato exterior.

    Força em ir contra esta cultura do mundo, vamos sim proclamar o Evangelho do Reino de Deus.

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  3. Grande texto Camila Luna! Grande texto! Graças a Deus por tudo! Seu texto é libertário! Conhecereis a verdade e...

    Vou ser extensivo em meu comentário pois, além de contribuir com seu excelente espaço, é notória a curiosidade em ler comentários, nem que seja para colocar fogo no circo! rs

    Me ocorreu dia desses de eternizar em palavras algo sobre esse assunto no meu blog cristocêntrico, sobretudo em nosso contexto cristão. Você foi precisa em suas análises e observações, as quais me edificaram muito e sanou, com sobras, o espaço ideal que eu poderia escrever a respeito.

    É impressionante a ditadura da padronização que a cristandade adotou como costume seu. Mesmo sem perceber, acabam endossando as fileiras da pobreza e da exploração impulsionadas por um capitalismo consumista insano. Pior que isso: anticristão.

    A realidade constatada por você e comunicada no texto salta aos olhos. Quem não se encaixar dentro do padrão da moda será discretamente advertido ou severamente reprimido, a depender do tamanho da "transgressão".

    O padrão da moda, porém, requer que o cristão invista capital para esse fim. Em outras palavras, é preciso pagar, e caro, para estar "incluso". Os apologetas do império das exterioridades dão uma roupagem espiritual à prática, justificando com a teologia de "fazer o melhor para Deus" no culto, e isso passa, é claro, por roupas top de linha.

    Quem mais sofre dentro dessa tortura são as mulheres, sujeitas a uma guerra inconsciente contra todas as demais, onde se encontrar com um mesmo vestido ou silhuetas parecidas é sinônimo de presságio de morte. Como você mencionou no texto, se vêem obrigadas a literalmente destruírem suas colunas fazendo o melhor para Deus, uma vez que a ética do consumo e da padronização estética não permite que uma única mulher esteja num culto se salto baixo ou sandália. Como você, nada contra, desde que não não seja imposição velada e nada inclusiva.

    Quantas irmãs em Cristo nossas contam com dezenas de roupas e sapatos, saltos etc, mas se queixam que estão "sem roupa"? E nem percebem o porquê. Ouvi dizer que quando ficamos em dúvida, ao abrir o guarda roupas, de que roupa iremos usar, é sinal de que temos mais roupas do que deveríamos ter. No contexto consumista religioso atual, entretanto, é sinal que podemos topar com um irmão ou irmá nossa com a mesma roupa! (risos) Que "mico" heim? (risos)

    E o homem não fica de fora da moda. Jesus certamente estava diluído em meio aos primeiros discípulos no que diz respeito a vestes, mas a tradição da distinção espiritual pela aparência continua. A tradição católica romana impõe batinas brancas, e a protestante, bonitos ternos para seus ministros. Como no Tropa de Elite, os homens que um dia quiserem chegar lá e não tiverem capital para investir em sua aparência, "nunca serão!" E tudo isso se faz "para Deus". Mesmo que não queiram almejar ao episcopado, a padronização feita pelo diapasão do luxo e ostentação estimula a todos um nivelamento por cima, isto é, do ponto de vista de roupas consumidas, que são feitas para rapidamente saírem de moda. As melhores grifes e grandes corporações predatórias agradecem, e nós dizemos “amém”! (risos!!!)

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  4. E agora que a teologia da prosperidade associa a benção de Deus a exterioridades, quer sejam descaradas ou sutis, o sentimento de exclusão inconsciente e mal estar caso não se consiga estar "bem vestido para deus" (o da moda) é apenas reforçado. Triste realidade para nós como igreja de Cristo, enorme distância para o Evangelho que Ele pregou e grande desafio para sustentar uma forma de visão diferente que Ele nos dá de sua graça, não nos conformando com esse mundo. Como diz Richard Foster, esse mundo inclui a igreja.

    Entretanto, cá estamos nós, em Cristo e por Deus. Uma pequena semente que cai ao chão é plantada, gera e dá frutos. Uma pequena mensagem tem um grande potencial multiplicador e conhecendo a verdade, como a de que não precisamos ser escravos da ditadura do consumo que criou tentáculos na nossa comunidade de fé cristão, podemos testemunhar com poder e convicção. Creio também que Jesus endossaria o seu excelente texto.

    Que resultado prático se cria para as pessoas que nos observam? Tenho observado nos últimos tempos, em algumas voltinhas, por exemplo, como a que você fez, que a padronização da imagem pela qual nós evangélicos somos conhecidos chega a ser cômica! Principalmente as igrejas mais conservadoras exigem um padrão tão alto e uniforme de vestimentas dos queridos irmãos e irmãs que o mundo não consegue enxergar para além das aparências. Ser cristão protestante é estar engomadinho(a), usar as roupas as quais já sabemos quais e ser suporte de um livro preto.

    Parando para observar de fora, como se cristãos não fosse, cheguei a conclusão que parecemos uma seita fanática. Me dá uns repentes de medo em pensar que não sou cristão e ver se aproximando aqueles seres devidamente padronizados, com roupas que as vezes estão além de minhas posses (e de um mar de pessoas também), dizendo que Jesus me ama. Mas para quem não tem condições ou mesmo não quer ser enquadrado no padrão capitalista consumista religioso, será que Jesus continuará amando? Estou certo que sim.

    Digo isso porque é deprimente ouvir de pessoas que se convida para visitar um culto numa igreja que elas não vão porque "não tem roupa". Isso já aconteceu comigo mais de uma vez. O vídeo da origem das coisas deveria ser uma pregação no púlpito facilmente.

    Mas temos muitos púlpitos em potencial. Além de espaços abençoados como esse seu, nossas próprias vidas são poderosos púlpitos silenciosos, onde as cartas abertas lidas ao mundo testemunham pacificamente, sem abrir mão, entretanto, de suas convicções reveladas pelo Espírito, de um Evangelho pleno, simples e que liberta, tanto de dores físicas (como as da panturrilha) quanto das espirituais, e as de consciência: uma boa consciência para com Deus, como a liberdade experimentada por você em sua experiência fora da rota do consumo destruidor, o qual devasta muitas vidas que o Evangelho de Cristo está disposto a restaurar.

    Obrigado por compartilhar dessa experiência fantástica, em se permitir ser usada por Deus para expor suas ideias. Um cristão que pensa produz um impacto muito relevante sobre outros cristãos e no mundo, literalmente na contramão! Quem beber da verdade do seu texto em Cristo encontrará liberdade e paz. Abraço, felicidades, e Deus continue sendo contigo!

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